08:00h - Arranque para Nisa
08:30h - Regressso a Portalegre09:00h - Novo arranque para Nisa » ver percurso
12:00h - Chegada a Nisa
13:00h - Almoço com jornalistas
17:00h - Arranque para Vila Velha de Ródão » ver percurso
18:30h - Chegada a Vila Velha de Ródão
Total do projecto: 1409 km desde 22.05.2010
RELATO PESSOAL
Uma trovoada daquelas de verão, impediu-me ontem de fazer o 31º dia de pedaladas. Nada que não se resolva com um 2 em 1, dois dias pedalados num só, hoje. Entre Portalegre a Nisa são 40 km. De Nisa a Vila Velha de Ródão são quase 20km.
- Trovoada na Urra, Sábado passado
Pela manhã cedo arranco da Urra, a 7 km de Portalegre. A fazer um boa média (mais de 20 km/h), apercebo-me já com 10 km pedalados, que me esquecera da garrafa térmica da água. Hipóteses: ou continúo e compro outra garrafa, ou volto para trás a buscar a minha. Como tempo é coisa que tenho, decido pedalar de novo até à Urra, e apanhar a garrafa. Isto atrasa-me uma hora em relação ao previsto, e acrescenta-me quase 20 km a mais ao dia de hoje.
Esta região do país é caracterizada por um contraste que ainda não tinha observado. Em apenas 15 minutos a pedalar, passo da planície alentejana para a serra beirã, numa mudança de paisagem, vegetação, cores e cheiros que impressiona. Parecem dois mundos distintos.
- Portalegre. Onde o Alentejo acaba, e a Beira Baixa começa
A zona história de Portalegre desenvolve-se na encosta de uma serra, pelo que o seu acesso de bicicleta exige algum esforço físico. Contudo, notei que a cidade está a crescer e novos bairros estão a ser construídos e projectados na zona baixa e plana da cidade. Num horizonte de 10 a 20 anos, a população naturalmente mudará para esta nova localização. Vias novas e com bastante largura permitem começar a pensar na introdução de corredores cicláveis. Assim o queiram os responsáveis políticos e a população.
Num percurso ainda suave, e após dois dias de descanso, a energia é mais que muita e rapidamente chego a meio do caminho entre Portalegre e Nisa
- Castelo de Vide em fundo
- Ribeira de Nisa
- Barragem da Póvoa
- Contrução típica beirã: casa de parede de pedra e telhado de colmo, para arrumos agrícolas
- Chegada a Nisa
- Bombeiros de Nisa, que gentilmente me facilitaram o balneário para tomar um duche. Os bombeiros da paz costumam dar apoio a viajantes e peregrinos
Em Nisa encontrei-me com o jornalisa Germano Campos, da revista TV MAIS, e o fotógrafo Miguel, com quem partilhei um pouco desta experiência. Entrevista a publicar mais perto do final deste projecto, em Setembro.
- Germano, Miguel e Paulo
- Em reportagem fotográfica
Após o final da reportagem, voltei aos bombeiros para equipar de novo, e arrancar para Vila Velha de Ródão. As nuvens pareciam ameaçadoras, a insinuar nova trovoada, mas um bombeiro experiente disse: "pode ir à vontade, as nuvens vêm na direcção oposta. Não vai chover". E não choveu.
- A caminho de Vila Velha de Ródão, a primeira grande subida de serra. Aqui, no topo.
- Rio Tejo em fundo, na descida para V.V. de Ródão. Tão perto, e tão longe, a 200 km de Lisboa
- Vila Velha de Ródão
A zona antiga de Vila Velha de Ródão desenvolve-se numa encosta bem inclinada, complicada de subir em bicicleta, principalmente com 25 kg de carga. Na zona nova, junto a Rio Tejo, inclinações mais suaves permitem uma condução mais descontraída e com pouco esforço.
- Zona indústrial de produção de pasta de papel. De manhã, ao acordar, um cheiro intenso a uma espécie de sopa estragada invadia o ar, resultado da actividade industrial.
Em V.V. de Ródão, pernoitei no quartél dos bombeiros, na camarata dos homens, com mais 8 bombeiros. Gente da terra, na sua maioria, que de Junho a Outubro trabalha 24h por dia. Vão almoçar e jantar em casa, mas dormem no quartel. Podem estar 24 horas sem fazer nada, como podem estar 48 horas a combater um incêndio florestal. No Inverno, mais calmo, dedicam-se a transporte de doentes, incêndios urbanos e desencarceramentos em estrada. Os meus agradecimentos e congratulações a estes homens e mulheres que quando são chamados em urgência vão sempre, mas nunca sabem se voltam ...
DADOS TÉCNICOS para cálculo de emissões de CO2
Malas, sacos e alforges: 6, com um total de 25kgConsumo de líquidos: 2 litros de água
Outros modos de transporte utilizados: nenhum
Duches: 1, de aprox.10 minutos
Peças de roupa lavada: 1 calções de ciclismo, 1 par de meias
Horas de utilização de computador: 3:00h
Visualizações do blogue: 350
Novos amigos no Facebook: 20
Carregamento de telemóvel e lanterna: Mala Solar com painéis fotovoltáicos
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
MOTOVEDRAS, pelo excelente equipamento que me cedeu.
DIMODA, pelos fatos da Pierre Cardin que me cedeu, para usar nas cidades.
JP SA COUTO, pelo excelente PC Magalhães 2 que ofereceu para esta viagem
OFF7, pelo cálculo e compensação de emissões de CO2.
Bio Future House, pelas malas com painés foto-voltáicos que me carregam o telemóve e a lanterna.
Instituto Geográfico do Exército, pela oferta dos mapas de estradas que me orientam.
Aos Bombeiros de Nisa, pelo duche
Aos Bombeiros de V.V. de Ródão, pela cama por uma noite
À Carolina, minha mãe, por todos os dias acender uma vela de azeite a Nossa Senhora de Fátima.
Paulo Guerra dos Santos
Paulo
ResponderEliminarQue tal umas minis de rosca para ajudar nas subidas.
devem ser tomadas moderadamente, pois o Alcool é considerado doping, se for detectado nos dias da "prova", segundo o centro de medicina desportista.
Boas pedaladas
Com o calor que está, a primeira coisa que faço, depois de acabar a etapa e tomar um bom duche, é sentir o prazer imenso de beber uma média, de carica, para refrescar.
ResponderEliminarAbraço.