08:30h - Arranque de Serpa
10:35h - Chegada a Moura
11:15h - Apresentação aos alunos
13:00h - Almoço com professores
Total do dia: 34 km em 2:15h
RELATO PESSOAL
Em pouco mais de duas horas percorri os 32 kms que separam Serpa de Moura. Olivais, cearas, barragens, centráis fotovoltáicas, muitos insectos, de tudo se vê e sente na pele neste Alentejo interior, enquanto de pedala e se vive a viagem com toda a intensidade.
- Saída de Serpa, pela manhã
- Arruamento circundante a Serpa. A largura exagerada da via promove o excesso de velocidade. A ciclovia rouba espaço aos peões, ficando o passeio reduzido. Assim, estimula-se o peão a andar na ciclovia.
- Em vez de roubar espaço ao peão, e aproveitando a largura em excesso das vias, não resisti a fazer uma simulação gráfica de uma hipótese de corredor para bicicletas. O lugar da bicicleta é na estrada, em corredor exclusivo ou em partilha da via, nos centros históricos.
- Central fotovoltáica próximo de Serpa
- Via com berma.
- No Alentejo avistam-se com frequência barragens
- Outro modo suave de transporte, uma carroça puxada a cavalo. A comunidade cigana, em Mourão, tem uma forte presença.
- Já na escola EB 2,3 de Moura, alunos antes da apresentação.
- Exemplo de acalmia de tráfego em Moura: sobreelevação do pavimento no início de um arruamento, no centro da cidade
- O único estacionamento para bicis que encontrei era do tipo "empena rodas", estava bloqueado por automóveis estacionados, e não tinha qualquer tipo de sinalização horizontal ou vertical.
EMOÇÕES, SENTIMENTOS, PENSAMENTOS E OUTRAS CAROLICES
Em conversa com um dos meus anfitriões de ontem, apercebo-me que existe um potencial de crescimento em termos turísticos, ligados à utilização da bicicleta. Não só como meio de transporte, mas também do designado Ecoturismo. A criação de uma rede de Ecovias por todo o país, estimularia um tipo de turismo a que só agora começamos a prestar atenção: percorrer o país de bicicleta, fora de estrada. Isso estimularia a criação de pontos de apoio, que poderiam estar localizados em aldeias, vilas e cidades, ao longo dos percursos. Até mesmo aquelas em vias de desertificação, pois são as que mais cativam os adeptos deste modo de viajar. Com estruturas de apoio simples, como quartos em casas particulares, casas de repouso por uma noite (recuperadas a partir de casas abandonadas, com um mínimo de investimento), bicas de águas (aproveitando nascentes naturais), os viajantes poderiam fazer férias ecológicas e económicas, que ao mesmo tempo estimulariam a (fragilizada) economia local das pequenas aldeias e vilas do interior do país. O contacto directo com as populações enriqueceria todos: turistas e habitantes. Estimularia o crescimento de pequenos negócios, ligados à hotelaria e restauração, bem como lojas e oficinas de bicicletas. A realização de eventos, seminários e conferências ligados à bicicleta, como a "1ª Semana da Bicicleta" (ideia do meu anfitrião, o Carlos) traria ao interior do país milhares de pessoas ao longo do ano. Não são necessários luxuosos campos de Golfe ou hotéis de 5 estrelas para estimular o Ecoturismo. Nem barragens megalómanas. Antes pelo contrário, o viajante quer ver preservados o patromónio natural e arquitectónico, costumes e tradições locais, bem como as actividades rurais ligadas à produção de leite, queijo, pão e azeite. Estimularia a fixação de pessoas nas aldeias e vilas do interior do país, utilizando apenas aquilo que já existe, adaptando-o. Cada pessoa ou família passaria a ser uma parte integrante deste grande grupo económico natural. Arranjando um espaço em suas casas, poderiam receber turistas por uma noite. Aproveitando a sua quinta, poderiam proporcionar aos viajantes experiências tão simples quanto variadas, como a ordenha de animais, a apanha da uva, a vareja da azeitona, a poda das árvores. O ecoturismo é acima de tudo um turismo de proximidade e de contactos humanos e partilha de experiências de vida. Eu, sinto que o estou a fazer, e que de certa forma sou um pioneiro. Viajo de bicicleta pelo país, durmo em casa de locais (num quarto não adaptado turisticamente, com decoração tradicional), como em casa de locais, partilho experiências de vida com locais. Isto é algo em que nós (com toda a nossa latinidade) somos realmente bons, podendo tornar-nos numa potencia mundial na arte de, naturalmente, bem receber quem nos visita.
HIPERLIGAÇÃO DO DIA
Malas, sacos e alforges: 6, com um total de 25kg
Consumo de líquidos: 2 litros de água
Consumo de sólidos: 4 bolachas de cereais
Outros modos de transporte utilizados: nenhum
Duches: 1, de aprox.10 minutos
Refeições: Almoço, Picanha
Jantar, Bifinhos com cogumelos
Peças de roupa lavada: 1 calções de ciclismo, 1 par de meias, 3 camisolas, 2 camisas
Horas de utilização de computador: 4:00h
Visualizações do blogue: 500
Novos amigos no Facebook: 20
Carregamento de telemóvel e lanterna: Mala Solar com painéis fotovoltáicos
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
MOTOVEDRAS, pelo excelente equipamento que me cedeu.
DIMODA, pelos fatos da Pierre Cardin que me cedeu, para usar nas cidades.
JP SA COUTO, pelo excelente PC Magalhães 2 que ofereceu para esta viagem
OFF7, pelo cálculo e compensação de emissões de CO2.
Bio Future House, pelas malas com painés foto-voltáicos que me carregam o telemóve e a lanterna.
Instituto Geográfico do Exército, pela oferta dos mapas de estradas que me orientam.
Ao Vasco, por me albergar na sua casa apalaçada do século XVIII
Aos alunos e Professores da EB 2,3 de Moura
À Carolina, minha mãe, por todos os dias acender uma vela de azeite a Nossa Senhora de Fátima.
Paulo Guerra dos Santos
992 km percorridos de bici em Portugal, desde 22.05.2010
Vou continuar a saber mais da sua aventura. Gostei.
ResponderEliminarFoooooooooooooooorça Paulo!!!!
ResponderEliminarFicámos fãs do teu projecto!!
Belo projecto e bela causa!!
Se todos agíssemos como tu, como seria bem melhor a nossa vida..
O Planeta agradece e a nossa saúde também!
Vamos todos fazer com que mais gente siga o teu exemplo.
bj grd
Elvira, Eduardo, João, Guilherme e Sofia
E estás quase a bater a marca dos 1000 Km!
ResponderEliminarForça nessas pedaladas!
Lídia, obrigado pelo apoio.
ResponderEliminarElvira e família, obrigado pelo óptimo serão à mesa, e pela estadia em Moura. Espero voltar aí. A Sofia não caiu da bicicleta? :)
Paulo, já passei os 1000km, hoje. Amanhã coloco o relato.
Abração a todos e obrigado pelo apoio.
Paulo
Olá Paulo
ResponderEliminarOnde andas? Parabéns pelos 1000!
A Sofia fez 21Km e não caíu nem desistiu!! Temos ciclista!!
Alguns dos rapazes voltaram para trás e outros vieram no carro vassoura!!
Força pra mais 1000!!
Bj
Elvira