DESCRIÇÃO 10.06.2010
10:00h - Passagem pela loja de bicicletas Casa Abílio
11:00h - Encontro com o pelotão de cicloturistas
11:15h - Arranque para Vila Real de S. António
12:30h - Almoço em Altura
13:45h - Chegada a Monte Gordo
Total do dia: 31 km em 1:45h
Informo que vou estar uns dias a descansar, retomando as pedaladas no próximo dia 14 de Junho. O corpo e a mente assim o pedem.
Fui muito bem recebido em Tavira. O Luís, proprietário da Casa Abílio, uma loja de bicicletas na cidade, convidou-me para pernoitar em sua casa e de sua família. Fica desde já aqui o meu agradecimento pela hospitalidade destas gentes.
- O Luís e eu, na sua loja de bicicletas
- Última passagem sobre a Ponte Romana, para apreciar esta escada curiosa, suspensa sob o rio Gilão.
- A caminho das Quatro Águas, onde me iria encontrar com a Ana e o Alexandre, que me acompanharam nesta etapa, e com o pelotão de ciclistas que participavam numa volta a Tavira.
- O barco para a Ilha de Tavira
- Bicicletas estacionadas junto ao cais, infelizmente, em estacionamento do tipo "empena rodas"
- Vista sobre o Rio Gilão
- Chegada do pelotão às Quatro Águas, ponto de abastecimento, a meio da prova.
- Bicicletas e ciclistas em descanso
- Uma das equipas da prova, apoiadas pela Casa Abílio, de Tavira, e eu.
- O Luís e eu, antes do arranque
- O pai do Luís e um dos professores da escola que visitei ontem, também a participarem nesta prova.
- O pelotão a passar por Tavira
- O meio do pelotão, que acompanhei durante 5 km
- O pelotão a afastar-se, assim que começou a subir. Consequi acompanhá-los em plano, mas com 25 kg de carga, mais a "Poderosa", as minhas pernas dizem-me para abrandar para 6 km/h :)
- Em Cacela Velha, um pequeno paraíso, que me foi dado a conhecer pela Ana e o Alexandre, que me acompanharam de Tavira a Vila Real de S. António
- O Alexandre, a observar o resistente descanso da "Poderosa"
- A Poderosa, com a Ria e o Atlântico em fundo, em Cacela Velha
- Voltámos a cruzar-nos com a Ecovia do Algarve, uma "pista" que liga o Barlavento ao Sotavento Algarvio. Ou há-de ligar, um dia ....
- Ciclovia ou Ecopista. Em meio rural, é muito interessante este tipo de solução. Exclusiva a pessoas e bicicletas, é muito agradável de percorrer. Existem, contudo, outras soluções mais adequadas em meio urbano.
- Mapa com o desenho da Ecovia
- Fim da Ecovia, junto a uma ponte derrubada pelas águas do último inverno.
Esta Ecovia que percorre o Algarve tem ainda muito que melhorar. Na realidade não é contínua, está interronpida em muitos troços, como neste último. Em muitos trajectos, resume-se a uma guia azul pintada junto à berma da estrada, e noutros à pintura de uma bicicleta a cada 20 metros. É necessário que os projectistas e executantes de corredores cicláveis, ciclovias e ecopistas tenham mais formação e experiência em matérias de mobilidade, acalmia de tráfego e claro, utilização de bicicleta, para que possam tomar as decisões mais adequadas a cada situação. Não é possível, apenas com linhas azuis pintadas junto ao limite das vias, convencer as pessoas que podem andar de bicicleta em segurança e conforto, nem convencer os automobilistas, que por ali passam bicicletas.
- Imagem muito comum por estes lados: turistas de bicicleta a percorrer a EN125, pela berma. Os hotéis da região apostaram nos últimos anos no aluguer deste tipo de veículo, que seduz quem nos visita.
- Em Altura, perto de Vila Real de S. António, este arruamento urbano, com duas vias, mais parece uma via rápida, estimulando velocidades excessivas.
Diz-me, quem conhece bem a região, que este arruamento foi feito para os congestionamentos do mês de Agosto. Portugueses e estrangeiros, afluem as estas praias neste mês, de automóvel. Um dos parâmetros que aprendi na universidade, é de que o dinheiro deve ser gasto recionalmente. Quando uma via congestiona com regularidade, ao longo do ano, vale a pena repensá-la. Se congestiona alguns dias de Agosto, alargá-la será apenas gastar dinheiro e, na realidade, estimular ainda mais este pico de saturação automóvel.
- O mesmo arruamento, com estacionamento abusivo na via mais à direita
A meu ver, e mantendo-se apenas o padrão de congestionamento no mês de Agosto, este mesmo arruamento poderia ter uma única via de circulação em cada sentido, estacionamento e corredor ciclável. Veja-se, na foto anterior, como a via da direita tem espaço suficiente para o estacionamento de automóveis e para o corredor ciclável. Poderiam, ainda, ser criadas condições de acalmia de tráfego, como passadeiras sobreelevadas.
- Próximo do nosso destino, uma ciclovia, segregada da via. Fará sentido este investimento, já que se trata da EN125, uma via com velocidades de 80 km/h e muitos acidentes no seu histórico. Demasiados, até.
- A evitar: junto de moradias, quebrou-se o pavimento da ciclovia para dar acesso às garagens. Isto cria demasiado ruído visual e vibração na bicicleta, tornando desconfortável a sua passagem. A ciclovia deveria ser contínua, mas com sinalização horizontal que permitisse a passagem dos veículos para acesso às garagens, e alertasse os ciclistas para esse efeito.
- Ciclovia à frente de paragem de autocarro
Lembro-me, quando estagiei em 2007 no Instituto de Estradas Finlândês (na Finlândia, claro!), ter cometido um erro gravíssimo (palavras do meu tutor) no projecto de uma ciclovia: a ciclovia não deve estar entre a paragem e o autocarro. Quando o autocarro pára, entre a saída de passageiros, a entrada de passageiros e a passagem das bicicletas, ocorrem com frequência acidentes entre ciclistas e peões. Eventualmente, poderá justificar-se esta solução com a reduzida frequência de autocarros, e mesmo de ciclistas. Mas no futuro, com o aumento do número de utilizadores de bicicleta, acidentes poderão ocorrer. Por tudo isto, está será uma solução a evitar a todo o custo.
- Chegada ao nosso destino, Monte Gordo, a 3 km de Vila Real de S. António, onde fui recebido pelos meus anfitriões. Da esquerda para a direita: Conceição, Ana e Alxandre (que me acompanharam nesta etapa), a Adelaide, o João e eu
EMOÇÕES, SENTIMENTOS, PENSAMENTO E OUTRAS CAROLICES
Apercebi-me, nesta volta a Portugal de bicicleta, e também ainda durante o projecto realizado em 2008 "100 dias de bicicleta em Lisboa", que esta é uma área com diversas caracteríscas, muitas delas menosprezadas pelas autoridades responsáveis. Os negócios ligados às bicicletas são tão variados como: manutenção, afinação, arranjo, aluguer, venda de equipamentos e acessórios, provas de cicloturismo, publicidade, transporte de carga e de pessoas, apoio em estrada, etc. É um negócio que permite a criação de emprego próprio, completamente desligado dos grandes grupos de distribuição. E nem compete com estes, pois falamos de seguementos distintos. Os grande grupos interessam-se apenas pelas vendas. Estas lojas de bairro, vila ou cidade, interessam-se pelas pessoas, vendas e apoio pós-venda, afinação e arranjos, aconselhamento técnico, aluguer de bicicletas. Têm um contacto muito mais personalizado. Localizam-se geralmente próximo das pessoas, nos bairros das cidades. Este negócio não carece de um grande investimento inicial, excepto se se pretender entrar num segmento de alta competição e profissionalismo. Permite a criação e crescimento de negócios familiares (veja-se o caso da MOTOVEDRAS e Casa Abílio) e continuidade geracional do mesmo. É, de acordo com informações que tenho recolhido nestes últimos 2 anos, um negócio que cresce a 2 dígitos ao ano. Cada vez existem mais pessoas a optar pela bicicleta como meio desportivo ou como meio de deslocação. Assim, abre-se espaço ao surgimento de pequenos negócios de "esquina". Oficinas de bairro, que dão apoio directo aos utilizadores diários, que querem ter a garantia de rápida reparação de um furo ou avaria mecânica, na sua deslocação para o trabalho, escola ou universidade. Venham mais bicicletas, e nascerão certamente milhares de postos de trabalho, em oficinas, lojas e até fábricas de equipamentos, que historicamente já foram uma indústria pujante neste país. Nota-se, de resto, nos contactos que tenho diariamente, que o conhecimento e a experiência ainda estão muito vivos em algumas gerações de profissionais.
DADOS TÉCNICOS para cálculo de emissões de CO2
Salas, sacos e alforges: 6, com um total de 25kgConsumo de líquidos: 1/2 litro de água
Consumo de sólidos: 4 bolachas de cereais,
Outros modos de transporte utilizados: nenhum.
Duches: 1, de aprox.10 minutos
Refeições: Almoço: Espadarte de cebolada
Jantar, Sardinhas assadas
Peças de roupa lavada: 1 calções de ciclismo, 1 par de meias
Horas de utilização de computador: 3:00h
Visualizações do blogue: 400
Novos amigos no Facebook: 30
Carregamento de telemóvel e lanterna: Mala Solar com painéis fotovoltáicos
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
MOTOVEDRAS, pelo excelente equipamento que me cedeu.
DIMODA, pelos fatos da Pierre Cardin que me cedeu, para usar nas cidades.
OFF7, pelo cálculo e compensação de emissões de CO2.
Bio Future House, pelas malas com painés foto-voltáicos que me carregam o telemóve e a lanterna.
Instituto Geográfico do Exército, pela oferta dos mapas de estradas que me orientam.
À Ana e ao Alexandre, pela agradável companhia a pedalar de Tavira a VRSA.
Ao Luís, Sr. Abílio e sua família, por me alojarem em sua casa.
Ao pelotão da volta a Tavira, pelo carinho e apoio demostrado
À Carolina, minha mãe, por todos os dias acender uma vela de azeite a Nossa Senhora de Fátima.
Paulo Guerra dos Santos
777 km percorridos de bici em Portugal, desde 22.05.2010
Não te preocupes, aqui deste lado (EUA para já) também há coisas a evitar, mas o que gostei mais no dia de ontem é que a berma para a bicicleta é mais larga que uma via, e mesmo para cruzamentos desnivelados não há qualquer problema. Portanto a minha sugestão é permitir o uso da bicicleta nos IP's, variantes e IC's visto que têm bermas bem largas para além do caso de o limite de velocidade ser de 100km/h no máximo (há pontos que são 80)
ResponderEliminarJá agora como estão as festas populares por esses lados?
Grande Abraço!
Sérgio
Sérgio, um grande abraço de Portugal para os Estados Unidos. No futuro, certamente iremos ver condições criadas nas nossas vias rápidas para que se possa circular em segurança de bicicleta, há semelhança do que se faz em países realmente desenvolvidos. Um dia, por cá, também o seremos. Amanhã, para mim, Alcoutim e Mértola esperam-me.
ResponderEliminarBoas amigo, desde já agradeço as tuas palavras e retribuo da mesma forma, nós Casa Abilio Bike estamos sempre abertos a iniciativas como a tua que são de louvar e muito, espero que esteja tudo a correr bem e que as pernas vão correspondendo devido á carga que levas, alguma coisa já sabes estamos ao dispôr.
ResponderEliminarUm grande abraço e boas travessias
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