sábado, 5 de junho de 2010

Dia 12 - Lagos a Portimão

DESCRIÇÃO 03.06.2010
10:30h - Saída de Lagos
11:40h - Chegada a Portimão
14:00h - Passeio pela cidade
Total: 27km em 2:00h

- Marginal de Portimão

RELATO PESSOAL
Dia calmo de pedaladas. 22 km separam Lagos de Portimão, ainda para mais pedalados em dia feriado, e a anteceder um merecido dia de descanso.
Portimão é um cidade do barlavento algarvio, que há semelhança de outras, teve um desenvolvimento anti-urbanístico. Torres com 15 e mais andares descaracterizam esta cidade costeira, um centro histórico com demasiados edifícios abandonados e degradados, e um sistema viário que, em regra, promove o excesso de velocidade de veículos automóveis, e deixam o peão e o ciclista em segundo plano.

- Sinalização de informação, com uma cor vanguardista: cor-de-rosa

- Sinal vanguardista de indicação de parque automóvel

- Suposta ciclovia, amarela

- Suposta ciclovia, azul

O conceito de cidade ciclável nada tem a ver com o roubar espaço aos peões, mas acima de tudo, de partilha da estrada com os automóveis. No exemplo em cima, praticamente anulou-se o passeio para, com gastos elevados, criar uma ciclovia. Note-se como o arruamento tem largura suficicente para, com sinalização horizontal (pintura) no pavimento, criar um corredor para bicicletas, na berma da estrada.

- Ciclovia em passeio largo

Neste exemplo, graças à largura do passeio, fará sentido a partilha do espaço entre peões e bicicletas, sem prejuízo de espaço para os primeiros. Aqui, uma ciclovia de cor acinzentada.

- Exemplo (bom) de passeio rebaixado em zona de passagem de peões. No lado oposto, a vedação de uma obra anula o passeio.

- Arruamento urbano (50 km/h) com características de via rápida (80 km/h)

É necessário promover nos condutores, em centros urbanos, a sensação de que se deve circular a baixa velocidade. Para isso, deve intervir-se ao nível da geometria das vias e adequá-las à velocidade pretendida. Não se pode construir vias com características de via rápida nos centros urbanos, e querer que os condutores circulem a velocidade reduzida. É a geometria das vias que deve incutir os condutores a adequar a velocidade, e não apenas a sinalização vertical. 
  
- Entrada numa rotunda.

As rotundas têm vários objectivos: fluidez de tráfego, auto-gestão do mesmo (sem necessidade de semáforos), redução de acidentes e sua gravidade e redução da velocidade dos automóveis. Para que esta última seja alcançada, as entradas nas rotundas devem a todo o custo forçar os condutores a reduzir a velocidade. Isso consegue-se através da criação de curvas de entrada de raio reduzido. No exemplo em cima, a entrada na rotunda faz-se em recta. Isso estimula velocidades elevadas e consequente aumento da probabilidade de acidente e suas consequências. É comum nestas situações, existirem condutores que nem se aprecebem que estão a entrar numa rotunda, criando situações de potencial acidente.

- Utilizador de bicicleta em arruamento urbano com características de via rápida.

Um das vantagens da inserção da bicicleta e criação de corredores cicláveis em meio urbano é o facto de, muitas vezes, isso obrigar à redução da largura de algumas vias, nomeadamente as vias mais à esquerda, estimulando uma efectiva acalmia na velocidade do tráfego. Neste arruamento, existe largura suficiente para o corredor de bicicletas, com a redução da largura das vias, e consequente redução da velocidade dos automóveis.

- Utilizadores de bicicleta num arruamento de Portimão, mesmo sem rede ciclável.

- Exemplo interessante, na existência de espaço que o permita, da segregação entre peões e automóveis.

- Sinalização sobre a acessibilidade à praia, de pessoas de mobilidade reduzida

- Passadeira e passeio nas imediações do sinal anterior

CIDADE CICLÁVEL:
Inclinações e altitudes: cidade costeira, em grande parte plana, com algumas inclinações muito suaves.
Arruamentos: pavimentados com paralelos ou betuminoso no centro histórico. Betuminoso nos arruamentos fora do centro e vias bastante largas.
Rotundas: quanto baste, mas que promovem velocidades excessivas na sua aproximação.
Medidas de acalmia de tráfego: muito poucas, mesmo no centro histórico
Corredores para bicicletas: Alguns, coloridos, mas desenquadrados de uma rede ciclável, e roubando espaço ao peão.
Estacionamento de bicicletas: praticamente inexistentes

SENTIMENTOS, EMOÇÕES, PENSAMENTOS E OUTRAS CAROLICES
Portimão revelou-se um cidade que, aparentemente, não tem uma política definida de mobilidade, redução e acalmia de tráfego. As vias promovem o excesso de velocidade, muitas vezes o peão é esquecido, e quase sempre os cidadãos de mobilidade reduzida são pura e simplesmente desprezados.

- Aqui, foi complicado atravessar com a bicicleta. Em cadeira de rodas, seria praticamente impossível

Nesta cidade encontrei ciclovias que roubam os passeios aos peões, e de várias cores. Avistei sinais cor-de-rosa, passeios ocupados quase na totalidade da sua largura com palmeiras e até passadeiras cortadas ao meio por lancis com espelho de 20 cm de altura.
Portimão é uma cidade que tem muito que evoluir em matérias de mobilidade e qualidade de vida para quem quer usufruir de todo o espaço da cidade, e não apenas passar por ele a grande velocidade.

CURIOSIDADE DO DIA
- Arquitectura e construção típicos de Portimão


HIPERLIGAÇÃO DO DIA
De bicicleta no Porto

DADOS TÉCNICOS para cálculo de emissões de CO2
Salas, sacos e alforges: 6, com um total de 20kg
Inclinação: Suave (N125) de tarde
Consumo de líquidos: 1/2 litro de água
Consumo de sólidos: 4 bolachas de cereais,
Outros modos de transporte utilizados: nenhum

Duches: 1, de aprox.10 minutos
Refeições: Almoço: Bife de Espadarte
                Jantar, Bife de Atum

Peças de roupa lavada: 1 calções de ciclismo, 1 par de meias
Horas de utilização de computador: 3:00h
Visualizações do blogue: 500

Novos amigos no Facebook: 50
Carregamento de telemóvel e lanterna: Mala Solar com painéis fotovoltáicos

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
MOTOVEDRAS, pelo excelente equipamento que me cedeu.
DIMODA, pelos fatos que me cedeu.
OFF7, pelo cálculo e compensação de emissões de CO2.
Bio Future House, pelas malas com painés foto-voltáicos que me carregam o telemóve e a lanterna.
Instituto Geográfico do Exército, pela oferta dos mapas de estradas que me orientam.

Ao Luís Cabrita, pelo esforço em me arranjar estadia em Portimão

À Carolina, minha mãe, por todos os dias acender uma vela de azeite a Nossa Senhora de Fátima.

Paulo Guerra dos Santos
557 km percorridos de bici em Portugal, desde 22.05.2010

4 comentários:

  1. Olá camarada, essa viagem corre bem? O ânimo está "em alta"?

    Quinta feira, feriado, meti-me á "estrada", sozinho e fui até Santiago.

    Muito btt e tal, mas assim que atravessei a fronteira, todas as coisas que não vemos aqui do "nosso lado", ou algumas como essas que se vêem mal aí em Portimão, abundavam por aquelas bandas, isto, falando de arquitecturas e infra-estruturas para ciclistas, não falando no civismo!!!

    Acho que aqui, o conceito ciclovia não existe ainda. Pensam que põe a cidade mais feia, rouba estacionamento aos automóveis, e as poucas que conheço, para além de serem bons estacionamentos para automóveis, são boas para treinarem montanha. Uma delas, se eu quiser lá ir com a minha filhota, tem uma rampa á entrada com quase 20% de inclinação. Bem, se ela um dia quiser ser uma "Pantani" até será bom para treinar!!!

    Forte abraço e continuação de boa viagem

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  2. Frinxas, sózinho até Santiago de Compostela? De onde?
    Pois é, deste lado da fronteira temos de ir com calma. Os técnicos das Câmaras já sabem o que fazer, e como. Só faltam alguns políticos também querem :)
    Abraço.

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  3. Ainda recentemente estive em Portimão e não concordo com algumas coisas aqui ditas.
    Vi muitas passadeiras elevadas que obrigam o tráfego a diminuir velocidade.
    As ciclovias que referes são vias para facilitar a circulação de cadeiras de rodas, etc. Sei que causam confusão e deviam estar assinaladas, mas não são ciclovias.

    Vi muitos utilizadores de bicicletas, fartei-me de andar de bicicleta lá e acho uma cidade perfeitamente ciclável. Toda a zona da Rocha é pedonal e ciclável, com acesso muito condicionado aos carros (cargas e descargas, o que nem sempre é cumprido, claro).
    Mesmo a avenida grande que atravessa a zona das torres na Rocha, tem passadeiras muito altas que obrigam o trânsito a parar, quase.
    Boa sorte para o resto da volta e obrigado pela divulgação do tema!
    Abraço,

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  4. Boas professor.Essas pedaladas?
    Se ainda se lembrar deu-me aulas de CAD no EPCG á turma de topografia.Sou o Pedro Castanheiro.Deixo aqui o meu apoio no post de Portimão pois é onde vivo e foi pena só hoje saber deste novo projecto através da Antena 3.Podiamos ter feito uns Km por Portimão se eu soubesse desta passagem.
    Agora estou em Beja no 2º ano de Eng. Ambiente e ja tenho bibicleta por cá apesar de isto ser tudo relativamente pertinho.

    Até breve e força nas canetas

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